HISTÓRIA DO 6º BPM

O PRINCÍPIO DA CIESE

       Tudo começou com a instalação provisória da 1ª CIESE (Companhia Especial de Segurança), na praça Dom Adauto, ao lado do Tiro de Guerra, no dia 03 de Março de 1977, enquanto se aguardava a conclusão do prédio que abrigaria em definitivo a 1ª CIESE, que teria começado no ano anterior.

       Na tarde de 26 de Março de 1977, pelas das 16:00 hs, foi inaugurada a esperada sede. A doação do terreno foi feita pelo Prefeito da época o Dr. Antônio Quirino de Moura. A inauguração foi marcada por uma missa celebrada pelo Padre Sitônio (atualmente Monsenhor), tendo em seguida sido servido um coquetel aos convidados comemorando o início da sonhada CIESE.

       Seu primeiro comandante foi o então 1º TENENTE PM Francisco Vieira de Freitas, hoje Coronel da Reserva, o subcomandante o 2º TENENTE PM Valmir do Nascimento Fernandes, atualmente no Posto de Coronel PM e médico do Quadro de Oficiais de Saúde da Polícia Militar. A 1ª CIESE pertencia ao 3º BPM de Patos-PB que tinha como comandante o TENENTE-CORONEL PM Belmont, o Governador da época era Ivan Bichara Sobreira, inclusive um cajazeirense, que com a implantação da citada CIESE atendia assim os anseios da população sertaneja que clamava por uma segurança pública de melhor qualidade.

       Antes da construção da CIESE, no local do prédio recém construído, funcionava um curtume, estabelecimento esse que se curtia peles de animais bovinos. O proprietário era Antônio Leonardo Rolim, inclusive vendeu o terreno à prefeitura por um preço simbólico, dando a sua contribuição para a construção da atual sede do 6º Batalhão. Após a morte do mesmo, a rua recebeu o seu nome em justa homenagem.

       Conta o morador do Bairro dos Remédios Francisco José de Sousa, o popular “CHICO MAGRO”, que chegou em Cajazeiras em 1963, segundo ele, Leonardo quando jovem usava uma cartucheira por debaixo das vestes, devido à passagem de um grupo de cangaceiros por essa região na década de 30, onde o bando adentrou a cidade por aquele bairro. Recorda-se também do primeiro morador da rua posteriormente denominada Leonardo Rolim: “LUIS BOCA ABERTA”, agricultor e comerciante. Continua narrando e esclarece que o nome “REMÉDIOS” se deve ao fato dos moradores de outros pontos da cidade acorrerem até ali em busca de ervas-medicinais (remédios do mato) para a cura de doenças, o que tornou o bairro famoso e assim denominado de “REMÉDIOS”.

       Outro morador do bairro o Sr. Manoel Sousa Ferreira, “MANÉ CANCÃO”, que foi vigilante durante a construção do futuro prédio da CIESE, substituiu o Sr. Horacio do mesmo bairro que foi o primeiro vigilante, em conseqüência do encarregado da obra flagrar o mesmo dormindo em serviço, sem hesitação o demitiu e contratou “CANCÃO” para substituir o Sr. Horácio até o término da obra que ocorria por conta de uma empresa de João Pessoa.

       No início, as instalações da CIESE eram cercadas de arames e não dispunha de uma estrutura adequada, mas sobrava euforia e motivação para trabalhar. Aos poucos, o comando e a tropa foram se adaptando de acordo com a realidade. Surgem as primeiras conquistas: aquisição de viaturas, armamentos, fardamentos, etc. É importante registrar cada veículo que chegou na nova CIA: Fusca, ano 76, prefixo 0026, diziam os apostadores do jogo do bicho: “ô milhar bonita!”. O primeiro motorista foi Soldado Oliveira, atualmente Sargento da reserva; Jipe, prefixo 0042, motorista, Soldado Arimatéia, hoje Sargento da reserva; e, a grande marca da CIESE, a Camionete ano 77, prefixo 0087, motorista Soldado Romualdo, atualmente Cabo reformado. Em conversa com vários policias reformados todos lembram da chegada histórica destas viaturas, na oportunidade, desfilaram pela cidade.

       Vale lembrar também a construção da quadra pelo Capitão Manuel Cordeiro de Araújo, que comandou a mesma de 10 de Setembro de 1979 a até ínicio dos anos 80, melhorando as estruturas do aquartelamento colocando os arames abaixo construindo o muro.

       Há mais ações importantes de cada comando, vejamos o exemplo do saudoso Capitão Clementino, em 1985 usando de criatividade construiu a sala de aula. Vejam só: na Educação Física, os policiais escalados para essa atividade eram deslocados para a construção do estádio “O Perpetão”, de lá aproveitavam o resto da construção, principalmente pedras. Tudo isso devido a dificuldades de recursos, o Capitão reunia a tropa e pedia a contribuição de todos, de modo que cada um dava sua cota tanto no material como na mão-de-obra.

       Lembra o Cabo Dantas: “O Capitão Clementino era organizado, zeloso”, por diversas vezes viu o mesmo encerar o seu gabinete como também o assoalho do seu carro. O mesmo determinou que o CB Dantas, também letreiro, registrasse essa frase no refeitório de Cabos e Soldados: “Agradecemos a uma força suprema pelo pão de cada dia”.

       Não parou por aí. Construiu o pedestral e incinerou a primeira Bandeira Nacional, no dia 19 de Novembro de 1985 em solenidade com honras Militares diante a tropa, cujo estandarte foi incinerado pelo soldado Acácio, de saudosa memória.

       Registro desse tipo evidencia como é o quê chamamos de 6º BPM. E sempre é assim cada um que passa dá sua contribuição. Além de passar segurança para a sociedade traz comodidades para todo o efetivo.


190 A GRANDE CONQUISTA DA CIA

       Foi um grande marco a instalação desta linha telefônica, era desejo da população um telefone de urgência. E finalmente ele chegava em 1977. De grande utilidade, tanto em ocorrências policiais, S.O.S. e informações. Acabou aquele tempo de se fazer denúncias a pé. Não era mais preciso se deslocar até uma sede policial, bastava-se apenas memorizar três números. O que diminuiu sensivelmente o número de delitos e ocorrências, por representar segurança à sociedade. Ligação totalmente gratuita não precisava usar ficha telefônica


CIESE PASSA A 1ª CIA DO 3º BPM DE PATOS

       Mais um avanço com objetivo de descentralizar as atividades administrativas e operacionais do 3º BPM, sediado em Patos-PB, o governador da época, Tarcisio de Miranda Burity, Decreta:

       Art. 1º - As companhias de Policia Militar Orgânicas do 3º BPM, sediadas em Cajazeiras, Catolé do Rocha e Itaporanga passam a ser denominadas 1ª, 2ª e 3ª Companhias de Policia Militar, respectivamente.

       Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados o Decreto nº 6993 de 19 de Agosto de 1976 e demais disposição em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAIBA, em João Pessoa, 21 de Julho de 1981; 93º da Proclamação da República.

       Mais tarde a 1ª CIA, recebia a denominação de 11ª CIA de Policia Militar, denominação que durou até a fundação do 6º BPM que foi no dia 10 de setembro de 1991 com a promulgação do Decreto Lei nº 14.055 que criou uns e extinguiu outros órgãos da estrutura Básica da Policia Militar da Paraíba.


FINAL DOS ANOS 80 INICIA-SE A OPERAÇÃO MANZUÁ

       Com a intenção controlar todas as saídas da cidade, foi criada no governo de Burity, com a finalidade de diminuir o número de roubos de carros e o tráfico de armas e drogas. Chegando a zerar o roubo de veículos e diminuir sensivelmente outros delitos, acarretando tranqüilidade a toda região.

       Em Cajazeiras eram nove postos, contavam com efetivos das Polícias Militar e Civil e possuíam viaturas à disposição durante 24 horas.

       O grande marco da Manzuá foi à chegada do Jipe Toyota, prefixo 0256, usada para fiscalizar a Manzuá. O Jipe Toyota, carro possante, marcou época. A cidade de Sousa também foi contemplada com um veículo semelhante, de prefixo 0257, veículos esses que somados a frota já existente ajudavam no melhor desempenho na missão dos guardiões da sociedade.


ANO DE 1989, INÍCIO DA FORMAÇÃO DE SOLDADOS EM CAJAZEIRAS

       Comandante o Capitão PM Rizonaldo Rodrigues da Costa. Coordenador do curso 2º Tenente Fernando Antonio Soares Chaves, Comandante do corpo de alunos Sargento Francisco Bernardo da Silva. Turma de 40 homens. Ano que marca o inicio da formação de Policiais Militares em nossa região, facilitando mais ainda o trabalho do Policial Militar.

       Outras turmas foram formadas na 11ª Companhia. Em 1990, mais 45 novos soldados, Comandante Capitão PM João Evódio de Araújo, Subcomandante e coordenador do curso Tenente PM Chaves.

       Em 1991, 45 novos soldados, Comandante da Unidade Capitão PM Marcos Antonio Jácome Soares de Carvalho, Subcomandante e coordenador do CFSD (Curso de Formação de Soldados), o 2º Tenente Marcos Antonio de Oliveira Lima Sobreira. Foi a ultima turma de CFSD como Companhia, já que a 11ª CIA PM a partir de 10 de Setembro de 1991 tornava-se 6º Batalhão de Policia Militar.


CURSO DE RADIOTELEGRAFISTA E O CÓDIGO MORSE

       Ano de 1973, um grande avanço naquela época, o sargento Félix participou do curso em Coremas-PB, curso esse convênio Policia Militar com o DNOCS, oito meses de curso. As mensagens eram redigidas de forma reduzidas. O ideal era de 100 palavras. Relata ele que uma mensagem desse tipo (Código Morse) levava em média cinco minutos. As mensagens veiculavam em absoluto sigilo.

       Veja o exemplo de 6º BPM em código Morse:
       6º ___ . . . .
       B ___ . . .
       P . ___ ___ .
       M ___ ___

       Conta ele que a extinção da telegrafia se deu no inicio dos anos 90 devido o surgimento do Fax.


POPULAÇÃO SERTANEJA COMEMORA INAUGURAÇÃO DO 6º BPM

       Finalmente, no dia 10 de Setembro de 1991, através do Decreto Nº 14.085, era atendido um desejo antigo dos sertanejos, estava criado o 6º Batalhão de Polícia Militar. Tal fato se devia ao crescimento da região. Os benefícios trazidos foram muitos, entre eles uma melhor prestação de serviço, aquisição de novos equipamentos e armamentos para uma vasta área de atuação do 6º BPM em Cajazeiras e nos Municípios de S. J. do Rio do Peixe, B. Jesus, B. de Santa Fé, C. dos Índios, Carrapateira, S. J. de Piranhas, Sousa, Triunfo, Uiraúna, S. de Mangueira, Santa Cruz, Santa Helena, Monte Horebe e Conceição. Foi um grande salto na segurança no interior paraibano.

       Foi uma festa, no dia 22 de Agosto de 1991, no dia da cidade de Cajazeiras, o Governador de então Ronaldo da Cunha Lima anunciou através da imprensa, por ocasião do desfile cívico-militar, a criação do 6º BPM em Cajazeiras para a alegria de todos que se beneficiavam em receber uma instituição que tem como metas uma busca constante pela segurança. Dezenove dias depois foi realizado sua prenuncia.

       A população sertaneja parabenizou o Comandante Geral da época o Coronel João Batista de Sousa Lira, pela nomeação do primeiro Comandante do 6º BPM o Tenente-Coronel João Soares de Santana, por assumir a frente de uma instituição que tem por escopo servir a comunidade. Sua área de atuação do Batalhão compreende 22 municípios.

       Rígido quanto à disciplina era muito querido no meio da tropa. Tinha como lema: Em cada um a segurança de todos. Muito querido pela população local, que por diversas vezes intercedeu pela sua não transferência para outra região.

       No seu comando em 1992, uma nova turma de Soldados, a primeira depois de Batalhão, curso com 64 formandos, coordenador do curso Tenente Marcelo Luiz de Oliveira.

       Em 1993, primeiro curso de Cabos PM na região, turma de 35 homens, coordenador Tenente Marcelo, a novidade era um Cabo Feminino, de nome Calina, entre os formandos.

       O Tenente-Coronel Soares obteve várias conquistas e tinha um slogan: “O significado de nossa existência é a segurança da comunidade”.

       O segundo Comandante - Tenente-Coronel Afonso Gomes de Carvalho, introduziu um forte esquema de policiamento em eventos como o Xamegão e Carnaval. Tinha sempre uma busca em aperfeiçoar seu efetivo e melhorar cada vez mais os Destacamentos.

       O Tenente-Coronel Romildo Henrique dos Anjos assumia o terceiro Comando do 6º BPM, sempre conversava orientando a tropa em todos os aspectos. Deixou muita amizade no seio da sociedade cajazeirense. Compromisso maior com a segurança publica.

       Chegava a vez do quarto Comandante, o Tenente-Coronel-Valderêdo Borba de Sousa, inclusive recebeu promoção de Coronel comandando o nosso Batalhão. Deixou saudades no interior paraibano e recebeu título de cidadão cajazeirense.

       Assumiu o Comando no dia 10 de Janeiro de1997. Conforme nomeação do Excelentíssimo Governador do Estado, contida no diário Oficial nº 10.477 de 07 de Janeiro de 1997.

       Fez o relançamento do jornal Teteu em 97, depois de treze anos em silêncio. Tinha um bom relacionamento com a Imprensa local. Via no Tetéu a possibilidade de ajudar a manter junto ao público, a real imagem da nossa Policia Militar.
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